Monday, January 19, 2009

...e ele aprendeu que tinha que crescer!

...
Cansado de chorar, criou coragem e ficou a espera.
Sentou-se em um dos banquinhos de madeira e esperou.
- Preciso falar com você Mário!
- Claro Pedro, pode falar. 
- Será que podemos ir a algum lugar? 
- Ah, entendi! 
          Vamos dar a volta no quarteirão e, do outro lado da rua podemos conversar. Na esquina de trás não tem ninguém que vá nos ver. 
Cinco minutos depois…Na esquina da Avenida São Paulo com a Rio Grande do Norte, sentados no meio-fio. Pedro usando jeans e regata bege, Mário de shorts azul-escuro e camiseta branca. 
- O que você quer dizer Pedro? 
- Sabe… Não sei bem por onde começar. Eu fiquei com muito medo, medo do que minha família podia fazer comigo, medo de ser mandado para um colégio interno e ficar isolado. Não sei o que aconteceu, não consigo dizer exatamente o que passou pela minha cabeça.
          Eu quiz correr, esconder de todos. Tentei me trancar no meu quarto outra vez, mas já não havia portas para me proteger ou esconder de tudo aquilo. De tudo que eu temia.
          Estou muito arrependido, se pudesse, se soubesse, eu faria tudo diferente. 
Choravam. 
- Olha Pedro não vou mentir, eu me magoei muito. Não entendi nada daquilo, pensei e pensei,  mas não havia uma razão para terminar comigo daquele jeito. Depois entendi que esperava mais do que você podia me dar. Contava para você que encontrava outras pessoas e o que fazia para ver você reagindo, mas você nunca disse nada. Vez ou outra esboçou um olhar de desagrado, mas foi seu máximo. Quando me despedia de você, no aperto de mãos, sempre fazia um carinho com meu polegar no dorso da sua mao… O tempo passou Pedro, e eu decidi cuidar do meu coração e curar meu orgulho. 
Silêncio.
          Passaram-se três meses, você demorou três meses… Eu terminei um noivado por você! 
Silêncio. 
- Me perdoe Mário! 
Silêncio. 
- Não deixei de te amar! Não sei se um dia vou conseguir mudar esse sentimento que tenho aqui por você. Mas, por causa do meu orgulho ferido, nós nunca mais teremos nada. 
Silêncio. 

Foram os 10 minutos mais longos e desolados da vida de Pedro. Soluçava de chorar, mas logo teve que enxugar as lágrimas e terminar a volta no quarteirão para voltar para casa. E foi assim que Pedro começou a perceber quão triste e dura a vida pode ser, e ele aprendeu que tinha que crescer!

A.P.A.R. em Memórias de um Amigo Meu
(Not published yet - all rights reserved)

No comments:

Post a Comment